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Domingo, 16 de Novembro de 2025
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Filho da Serra da Canastra está feliz mas também preocupado com a natureza dali

O jornalista e ecologista Padinha esteve no local

Padinha
Por Padinha
Filho da Serra da Canastra está feliz mas também preocupado com a natureza dali
Animal encontrado na Serra da Canastra/Foto: divulgação
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Nascido e criado na Serra, Marcel Oliveira Bruno, é personagem desta nossa matéria aqui no blog Folha Verde News e no Portal Franca 24 Horas dentro desta série de informação ecológica: ele nos informou ao vivo lá que agora já triplicou o número de turistas na Canastra assim como cresceu muito ali economicamente o entorno do parque nacional nas cidades como São Roque de Minas, Vargem Bonita, São João Batista do Glória, Sacramento, Delfinópolis e Capitólio, ainda bem que no meio rural predomina o café e não a cana, há matas que ainda sobrevivem, para o bem do São Francisco e todos os rios, águas, fauna típica, riquezas hidrominerais dali do sudoeste de Minas, porém, todo esse boom turístico e econômico preocupa a ele que é, além de chefe dum posto avançado do ICMBio, secretário do meio ambiente e de turismo por ali em sua cidade aos pés do Chapadão: "Alcançar o ecoturismo de verdade é a nossa busca". 

Este e outros temas ligados à vida do Parque Nacional podem ser sintetizados nos números do boom atual do turismo e da economia por ali, causam alegria mas também preocupação: "Antes da pandemia vinham aqui 10 mil turistas por ano, agora chegam 30 mil e há hoje também uma fuga do povo das cidades para a natureza. Além de investimentos por exemplo em educação ambiental, precisamos de muito cuidado com a ecologia desta reserva fantástica", comentou Marcel Oliveira que fez universidade e voltou para a sua terra. Afinal, a Serra da Canastra e toda sua natureza são o personagem principal pelo potencial hidromineral e para todo um futuro sustentável do país. Dois ângulos mais preocupam, a violência ambiental que aumentou demais em outras regiões do Brasil, no campo e nas cidades. E uma espécie de êxodo do povo urbano que hoje quer não só visitar mas tenta também fugir das cidades para viver mais perto da natureza, que é bem melhor, mesmo nessa era de mudanças do clima e do meio ambiente.  Antigamente se dizia que por onde passa o boi, só resta capim, agora pense, onde tem muito ser humano, o que pode ser da natureza?

O Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972 pelo decreto 70.355, desapropriando fazendas antigas em volta da nascente do São Francisco no sudoeste de Minas Gerais, o rio que desagua no nordeste brasileiro enquanto o Rio Grande paralelo a ele na região vai desembocar no Paraná, no sul do Brasil. Quando Fernando Henrique Cardoso veio inaugurar esta reserva, eu estava lá junto com o fotógrafo João Noronha e dezenas de ecologistas e de cientistas apoiando esta medida de proteção desta zona fora do comum de riqueza hidromineral, que tem também muitos outros rios Santo Antônio, Samburá, Turvo, centenas de nascentes e cachoeiras como a icônica Casca D'Anta. O objetivo, preservar a Canastra para o futuro sustentável do país. O turismo cresceu, a economia em volta da reserva também, outro fato que valoriza este lugar é a sua história e o seu povo original. Todas as cidades entre o sudoeste de Minas, norte e nordeste paulista como Franca ou Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro, todo o povoamento nasceu da Serra e da sua gente, descendente dos indígenas Caiapós e de europeus que migraram para cá há mais de 300 anos, alguns desde o tempo de Don João VI em Portugal, quando judeus se tornavam cristãos novos, aderiam ao catolicismo ou então (tempo em que muitos foram até perseguidos pela Inquisição) fugiam para o sertão do Brasil. Este foi o caso de Hipólito Cândido Pinheiro, fundador de Franca (SP) e toda uma população que é também parte da riqueza cultural da Serra da Canastra. Um jovem músico de BH estuda na UFMG mas já se prepara para morar em São Roque de Minas, o guia de turismo, Jadir dos Reis de Oliveira, sabe muita coisa do passado, também dos rios, dos bichos como lobo Guará e onça Suçuarana nativas dali, por sinal, a fauna, com tanta agitação de turistas e de fazendas, se enfurna arisca nas matas e nas grotas nos abismos com mais vegetação e silêncio ou segurança para viverem em paz. É o caso de Carcará, Corrupiões, Maritacas, Andorinhões, Gralhas, Sabiás, Galos da Campina, Lobos Guará, Onças Pardas, que se escondem do bicho homem. 

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De toda forma, desta convivência toda, dentro do Parque  Nacional que tem a vigilância do ICMbio (eles nos informaram lá que a ministra Marina Silva está tentando melhorar a estrutura de trabalho destes servidores), a necessidade atual é que o ecoturismo e a agroecologia avancem mais que os desafios da poluição ou da destruição a partir de uma nova consciência brasileira que pode criar um futuro sustentável, sem a violência ambiental de hoje em dia que prevalece por quase todo o país. A Serra da Canastra é ainda um oásis, isso é a sua força, a educação ecológica e a tecnologia contemporânea precisam e podem ajudar toda a vida.

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Antônio de Pádua Silva (jornalista e ecologista)

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